Antes de julgares a minha vida ou o meu caráter, calça os meus sapatos e percorre o caminho que eu percorri. Vive as minhas tristezas, as minhas dúvidas e as minhas alegrias. Percorre os anos que eu percorri, tropeça onde eu tropecei e levanta-te assim como eu fiz. E então, aí poderás julgar.
Julgar é muito fácil, entender o outro é um pouco mais difícil. Ser empático é muitíssimo mais complicado. E o julgamento só será justo se vivermos experiências iguais.
Com muita frequência nós tentamos que os outros nos apoiem nas nossas decisões, que nos entendam, ou que ao menos nos compreendam. Quando isso não acontece, muitas vezes nós nos sentimos mal, nos sentimos incompreendidos e até rejeitados.
É evidente que isso é difícil de aceitar, todos necessitamos que, em algumas situações, alguém entenda as nossas emoções e decisões. É perfeitamente compreensível. Contudo, sujeitar a nossa felicidade à aceitação dos demais ou tomar decisões com base no medo de que os outros não vão entender-nos ou do medo do que os outros vão pensar é um grande erro.
Porque o que os outros pensam sobre ti na realidade diz mais sobre eles do que sobre a tua pessoa. O que eles pensam reflete com certeza o que eles são, não quem tu és.
Quando criticamos alguém sem antes termos sequer tentado nos colocar no seu lugar e sem, ao menos, tentar compreender o ponto de vista do outro, na realidade expomos a nossa forma de ser. Quando alguém diz ao mundo que tu és uma má pessoa, esta atitude revela que essa pessoa tem um pensamento duro e cheio de estereótipos.
O mais certo é que por trás de uma crítica destrutiva quase sempre se esconde o desconhecimento ou a negação de si mesmo. Na verdade, muitas pessoas nos criticam porque não compreendem as nossas decisões, não caminham com os nossos sapatos, não conhecem a nossa história e não entendem a verdadeira razão de termos escolhido o caminho que escolhemos. Muitas pessoas ainda vão criticar-te pelo desconhecimento mais profundo sobre o teu jeito de ser e, sobretudo, por serem arrogantes e pensarem que são os donos absolutos da verdade.
Em outros casos, as pessoas criticam-nos porque veem refletidas em nós certas características ou talentos que nós temos mas que elas não querem reconhecer. As críticas muitas vezes consistem em reprovar nos outros as qualidades que quem critica gostaria de ter ou crê ter.
Na prática, em algumas ocasiões, a crítica destrutiva não é mais do que um mecanismo de defesa da pessoa que critica. Neste caso, a pessoa projeta nos outros os mesmos sentimentos, desejos ou impulsos que lhe são muito familiares na sua própria vida. E com os quais não é capaz de conviver.
Algumas pessoas julgam os outros mais pelos olhos do que pela inteligência, pois todos podem ver, mas poucos compreendem o que veem.
Fonte: Jennifer Delgado